Glossário

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A

Affix: prefix, suffix ou outras unidades que modificam os radicais, como, por exemplo, ingrato; beleza.

Ambidestria: ausência de preferência hemisferial esquerda ou direita, notadamente, no uso da mão.

Apagamento: remoção de uma unidade fonológica (sílaba, ataque, fonema), como, por exemplo, o apagamento do /R/ do infinitivo em “apaga(r)”.

Articuladores do aparelho fonador: partes do trato vocal (lábios, lingual, dentes, palato duro e mole e maxilar inferior) e da garganta (pregas vocais) que assumem posições especíificas na produção dos sons da fala. Autoimunidade: o organismo falha em reconhecer células e tecidos como sendo parte de si próprio e constrói um contra-ataque contra elas, como se fossem um corpo estranho.

B

Blending: articulação de duas unidades fonológicas para formar uma terceira, muito usada para testar e/ou desenvolver a consciência fonológica. Por exemplo: “Junte o início das duas palavras que eu vou dar para formar uma terceira palavra: “pato” e “rato” à –> “prato”.

C

Capacidade de sequenciação: capacidade de memorizar, lembrar e manipular sequências arbitrárias de itens (alfabeto, dias, meses, números). Capacidades de processamento fonológico: capacidades para identificar, segmentar e manipular as unidades fonológicas. Capacidades fonológicas: habilidades de processamento para analisar as sequências da fala em unidades fonológicas (sílabas, ataque/unidades de rimas e fonemas), e a capacidade de manipular essas unidades. Co-articulação: o fato de que as palavras faladas não são sequências de sons discretos que contrastem entre si, um após o outro, separados por silêncios, mas amálgamas de sons cujos elementos se sobrepõem uns aos outros, em maior ou menor grau, como são exemplos a emissão das oclusivas, interpenetradas pelas vogais contíguas. Consciência fonêmica: a consciência de que as palavras podem ser analisadas em fonemas. Consciência fonológica: a consciência de que as frases e as palavras faladas podem ser analisadas em unidades fonológicas menores do que palavras.

D

Desenvolvimento neurológico: desenvolvimento do sistema nervoso, que começa no útero, aumenta na infância e continua num ritmo mais lento ao longo da existência. As conexões são estabelecidas no sistema nervoso para permitir atividades tais como caminhar, ler, escrever, contar, a atenção e a memória.

Desvio padrão (DP): medida da dispersão de uma série de resultados em torno de sua média

Detecção: identificação de uma unidade fonológica identica (sílaba, ataque, fonema) em dois estímulos (palavras ou pseudopalavras). Exemplo: “Identifique quais palavras começam pelo mesmo pedacinho: “parte” – “pomba” – “bomba” – “prato”. Resposta: todas, menos “bomba”.

Discalculia: uma condição neurobiológica que afeta a capacidade de adquirir habilidades de aritmética e habilidades cognitivas numéricas. Dislexia Adquirida: condição em que uma pessoa perde a capacidade de ler e escrever, como resultado de lesão no cérebro. Dislexia do desenvolvimento: uma condição neurobiológica, muitas vezes herdada, demonstrada por dificuldades na leitura, na soletração e na composição de um texto, apesar de um nível normal ou  superior de inteligência.

Dislexia fonológica: um subtipo de dislexia caracterizada pela deficiência no sistema de decodificação, enquanto o sistema de acesso direto permanece intacto. Dispraxia ou comprometimento da coordenação motora: condição de desenvolvimento que afeta a coordenação, o equilíbrio, a coordenação motora fina, a linguagem, o pensamento e a percepção. Dys-constelação:  a condição ‘dys´ inclue dislexia, disfasia, discalculia, dyspraxia, etc. Disfasia ou Distúrbio Específico de Linguagem (DEL): condição neurobiológica que afeta o desenvolvimento da linguagem oral. É frequentemente acompanhada por dificuldades na leitura e soletração.

E

Erro de Lexicalização: tipo de erro que consiste na leitura de uma pseudopalavras como se fosse uma palavra real. Por exemplo, dado o estímulo “baleu”, a criança lê “valeu”. Mostra que a criança não internalizou suficientemente os princípios do sistema alfabético (foi mal alfabetizada) e adivinha as palavras.

Efeito Matthew: nome dado por Keith Stanovich (1986) para o círculo vicioso pelo qual “os ricos ficam mais ricos e os pobres mais pobres”, levando a uma divergência cada vez maior no desenvolvimento da leitura entre aqueles que leem e aqueles que não leem, ou leem muito pouco.

F

Fonema: classe de sons com a função de distinguir significados numa dada língua. Exemplo: /m/ e /b/ no par mínimo /mala/ e /bala/, no português brasileiro. Fusão: isolamento dos primeiros fonemas de duas palavras ou pseudo-palavras, para depois combiná-los. Ex. “pulo” e “arte” –> “pá”.

G

Geração: manutenção da unidade fonológica específica solicitada (sílaba, ataque, fonema) de um dado estímulo. Exemplo: “Diga as primeiras sílabas das palavras que eu vou dar: “casa”, “mesa”, “sapato”    –> “ca”, “me”, “sa”.

Grafema: símbolo usado em sistemas alfabéticos de escrita para representar os fonemas. Pode ser uma única letra ou um grupo de letras. No português brasileiro, não mais do que duas letras. Exemplo: “Quantos grafemas há na palavra “casa” –> 4; quantos grafemas há na palavra “calha”  4.  É uma unidade ortográfica abstrata da escrita que corresponde a um fonema ou classe de sons de uma língua. Pode ser uma só letra, por exemplo <a>, <l>, <f>, <v>, ou grupo de letras, por exemplo <lh>, <ss>, <nh>, <im>, <rr>, <in>.

H

Habilidades metacognitivas: habilidades que demonstram como a pessoa pensa sobre como aprende e estrutura seu próprio conhecimento. A metacognição permite o desenvolvimento de estratégias de aprendizagem adaptadas ao próprio estilo de aprendizagem.

Hipersinestesia ou Déficit de Atenção / Hiperatividade (TDAH): condição neurobiológica causada por um distúrbio nas funções executivas do sistema nervoso central que controlam o comportamento e atenção.

Hereditariedade: o que é encontrado recorrentemente em famílias; o que é transmitido pelos ancestrais (pais, avós, etc.).

Lexicalização: processo pelo qual a criança progressivamente constrói representações fonológicas e, depois que se alfabetiza, representações ortográficas das palavras irregulares, de modo estruturado para dar conta das posições que os fonemas  e seus respectivos fonemas ocupam na palavra. Estas representações estão registradas nos léxicos fonológico e ortográfico, respectivamente.

M

Mnemônica:truques para reter a informação permanente. A mnemônica pode ser visual (por exemplo, um pequeno desenho, ou outra forma visual para lembrar a diferença entre “b” e “d”) ou auditiva. Por exemplo, uma pequena rima: O SAPO NO SACO Olha o sapo dentro do saco, o saco com o sapo dentro, o sapo batendo papo, e o papo soltando vento. http://alfabetizacaoconsciente.blogspot.com/2009/08/alfabetizando-com-trava-lingua.html

N

Neurodiversidade:

termo corrente que significa padrões diferentes do desenvolvimento do cérebro nas pessoas, como, por exemplo, pessoas com dislexia. É termo preferido a “cérebro anormal”.

Neuro-imagem: técnica recente que consiste em registrar a ativação de regiões específicas do cérebro quando, por exemplo, a pessoa estiver lendo. A técnica mais recente é a magneto-encefalografia  funcional.

Neurônio:tipo de célula nervosa. Alguns neurônios integram a informação para entender e lembrar, por exemplo, e alguns assinalam rapidamente à distância para falar e mover um braço, por exemplo. Há muitos tipos de neurônios e de outras células nervosas.

P

Palavra irregular: palavra que contém uma ou mais correspondências grafema-fonema irregular(es), ou seja, um ou mais grafemas que não são pronunciados como na maioria das palavras e/ou um ou mais fonemas que não são escritos como na maioria das palavras. Dito de outra forma, são palavra que contém um ou mais grafemas cuja decodificação é imprevisível, como é o caso, no português brasileiro, das palavras que contêm “x” em posição intervocálica, salvo depois de “e” inicial de palavra, quando o “x” começa sílaba (este último valor é totalmente previsível). Exemplos: “máximo”, “sintaxe”, “tóxico”.

Palavra regular: aquela em que as correspondências entre grafemas e fonemas na leitura e entre fonemas e grafemas na escrita são previsíveis e se submetem aos princípios do sistema alfabético de uma dada língua escrita. Por exemplo, na leitura, “canta” –> /’kãta/ e, na escrita, /’kãta/ –> “canta”.

Percentil: um de 99 valores dividindo uma série de dados em 100 grupos similares (ou quase similares), o que permite uma estimativa para a posição de um individuo em relação aos outros no grupo de amostra para o teste.

Princípio alfabético: princípio pelo qual em sistemas alfabéticos como os do inglês, francês ou português, as sílabas são segmentadas em classes de sons (os fonemas), as quais são representadas por grafemas (no português, uma ou duas letras). No português brasileiro, para a leitura, quase todos os valores dos grafemas podem ser previsíveis, em qualquer posição que estejam na palavra, ou determinados pelo contexto. Exemplos: “p” e “b”, sempre terão o valor dos fonemas /p/ e /b/. “c” terá o valor de /k/ antes das letras com ou sem acentos gráficos “u”, “o” (“cubo”, “coisa”, “cova”, casa” e “a” e terá o valor de /s/ antes das letras com ou sem acentos gráficos “i”, “e” (“ciclo”, “cera”, “céu”).

Pseudopalavra: sequência de grafemas ou de fonemas que não constituem uma palavra existente na língua, mas que pode ser pronunciada ou escrita como se constituísse uma palavra da língua.

R

Regularização:tipo de erro na leitura ou ortografia de uma palavra irregular como se fosse uma palavra regular. Indica a ultrageneralização das regras decodificação e de codificação do sistema de uma dada língua. Ex: /’fiksa/ –> “fíquisa”, ao invés de “fixa”.

S

Sistema de acesso direto:sistema que permite o reconhecimento direto da palavra escrita, emparelhando-a com o léxico mental ortográfico e fonológico, sem passar pelo processo analítico de reconhecer os grafemas um a um com seus respectivos valores fonológicos.

Sistema de decodificação: sistemas mais ou menos transparentes pelos quais osgrafemas (uma ou duas letras no português brasileiro) são convertidos em fonemas na leitura. O processo na escrita é denominado codificação, quando os fonemas são convertidos nos respectivos grafemas. Exemplo de decodificação: “casa” –> /’kaza/; exemplo de codificação: /’kaza/ –> “casa”.

T

Teste padronizado: teste aplicado a um grupo representativo de indivíduos de uma determinada idade ou faixa etária, a partir dos resultados com os quais os valores estatísticos para a média e o desvio podem ser derivados. Permite a previsão de um desempenho esperado em indivíduos da(s) mesma(s) faixa(s) etária(s).

U

Unidades fonológicas: unidades em que sequências de palavras podem ser analisadas. As três unidades principais são a sílaba, o ataque/rima e o fonema.

V

Variação Alofônica: variações fonéticas na produção de um fonema, que não acarretam mudança de significado, como, por exemplo, no português brasileiro, as várias formas de produzir o fonema /R/, conforme se o falante for carioca, mineiro ou gaúcho da fronteira, na palavra “carta”: apesar de serem sons diferentes (alofones), o significado da palavra permanece o mesmo.

APRENDIZAGEM ONLINE

Agradecimentos  da Dislexia Internacional aos colaboradores da Versão Original

Agradecemos calorosamente os professores Michael Habib, da França, e José Morais, Bélgica, pela leitura preliminar deste curso e sua resposta com valiosos comentários e sugestões. Nossos sinceros agradecimentos à  Sra. Marie-Dominique Simonet, Ministra do Ensino Superior de Educação, da Investigação Científica e de Relações Internacionais, na Bélgica, Monsieur Christian Dupont, Ministro da Educação Obrigatória, na Bélgica, bem como à Fundação Rei Balduíno e à Loteria Nacional, na Bélgica, pelo seu apoio financeiro. À DefréHigh School, em Bruxelas, agradecemos a Monsieur Luc Barbay, Diretor e presidente do Conselho de Educação Superior, e à  professora Sra. SylvieFrère, por seu apoio e aconselhamento e por nos convidar para o curso-piloto em sua escola. Agradecemos à Marianne Hallet e à Nathalie Vergeynst da Associação Belga (francófona) de Pais de Crianças com Dificuldades de Aprendizagem (APEDA), Anny Cooreman (Escola Eureka, e conselheira do Ministro Flemish da Educação), SheriComisac (Consultora de necessidades educativas especiais na Escola Internacional de Bruxelas), por tomar parte em sessões preparatórias do projeto e oferecer os seus comentários e sugestões. Muito obrigada aos membros do E-team de Consultoria Internacional de Dislexia, por sua ajuda e apoio durante todo o projeto, em especial, à Dra. Maria-Luisa Lorusso, psicóloga e chefe do Departamento de Neuropsicologia Cognitiva e Dificuldades de Aprendizagem no Instituto Científico e Hospital de Saúde Mental, Eugênio Medéia, Itália, por sua contribuição para a parte relativa ao diagnóstico formal na Seção 2; à Judith Stansfield, consultora em tecnologias da informação e comunicação para as necessidades de educação especial, do Reino Unido, por sua contribuição para a Seção 3. Agradecemos ao Dr. Harry Chasty e Christine Chasty, do Reino Unido, e a Alan Sayles, da Irlanda, pelo seu interesse e suas contribuições. E, por último, mas não menos importante, obrigada aos pais, especialistas e às crianças dos clipes. Algumas crianças também contribuíram com ilustrações para as cartas de leitura e escrita.

A equipe Belga

Diretor do Curso
Vincent Goetry

Web master
Dave Rowan 
Coordenador do projeto e tradutor
Stewart Sanson
Editor de vídeo clipe
Christopher James Ian
Pesquisador principal
Rachel Warfield
Animações
Joe Snow

Ilustrações
Alexandre Sanson e Ildiko Papp

A equipe Brasileira

Coordenadora do projeto, pesquisadora, tradutora e revisora técnica
Profa. Titular Ângela Maria Vieira Pinheiro (UFMG).
Consultora científica, tradutora e adaptadora

Profa. Emérita Leonor Scliar-Cabral (UFSC/CNPq).
Revisora
Profa. Léa Dutra Costa (UFMG)
Designer

Renato Serra
Web Designer
Lucas Silveira, Maísa Saldanha (Sim Websites)

Bolsistas e Legendadores de vídeo
Ludmila Rosenthal, Raphael Mantovani