3.5  Composição

Para composição, devemos trabalhar na direção oposta: achar algum modo através do qual os alunos possam organizar melhor suas ideias antes de escrever.

Ter em mente que, para crianças com dislexia, a composição pode ser a tarefa mais difícil.

 

 3.5.1  Encoraje a criança a usar várias técnicas

 

Sugerimos que você lhes dê tempo para identificar as palavras-chave que elas pensam serem necessárias, e a checar estas palavras antes de escrever.

Então peça-lhes para fazerem conexões entre estas palavras por meio de diagramas, esquemas, roteiros, ilustrações ou mapas mentais antes de colocá-las dentro de frases ou parágrafos.

Os marcos estruturados que mencionamos para a compreensão podem também ser usados para lhes permitir estruturar seu trabalho de composição.

Você pode querer permitir que crianças com dislexia lembrem o que elas tencionam escever no gravador. Elas podem, então, ouvir o que elas disseram e pausar a fim de organizar sua redação. Desse modo, a ortografia e outros aspectos da escrita não ‘atrapalham’ a fluência para expressar seus pensamentos.

 

 3.5.2  Dando tempo extra para escrever e reler

Acima de tudo, você deve permitir às crianças com dislexia um tempo extra para escreverem e relerem suas composições.

A ortografia e a escrita são em parte um exercício de memória. Mas o estresse é o inimigo da memória (veja as oficinas de Rick Lavoie sobre F.A.T. – Fear, Anxiety and Tension, em português M.A.T. – Medo, Ansiedade e Tensão).

Muitos métodos multissensoriais aconselham deixar a criança reler seu trabalho quatro vezes. Isto é comumente referido como a técnica MAPS (em português, SCPO):

  • para o Significado – Eu rescrevi o que tencionava?
  • para Concordância entre sujeito, verbos e complemento
  • para Pontuação
  • para a Ortografia

Crianças com dislexia devem sempre poder ter um dicionário disponível quando solicitadas a ler ou escrever. Se necessário, permitir-lhes também uma tira de papel com o alfabeto.

.

.

©Dr. Vincent Goetry e Dyslexia International (Versão Original)

©Dra. Ângela Maria Viera Pinheiro (Coordenação da tradução e adaptação da VB)