ATIVIDADE 17
Juntamente com seus parceiros de curso e tendo em mente que crianças com dislexia geralmente precisam de mais tempo, tentem imaginar pelo menos três abordagens a fim de:
- Estimulá-las a arriscar-se na aula, levando-as a levantar as mãos mesmo quando têm dúvidas sobre as respostas que dão.
- ‘Ajudá-las’ a dar respostas corretas.
- Evitar colocá-las em situações de fracasso diante dos outros.
- Reforçar a autoestima delas na aula.
- Preservar a autoestima delas ao corrigirem seus trabalhos.
Comparem suas ideias com as de outros pesquisadores, incluindo Susan van Alsenoy, membro da e-equipe de consultoria da Dyslexia International.
Promovam o “arriscar-se”.
- Discutam como podemos aprender com os nossos erros e promovam uma discussão na sala de aula em torno do tema: ‘O que se pode fazer em aula para que as pessoas não tenham medo de cometer erros?’
- Vocês podem agradecer àquelas crianças que cometerem um erro ‘bom’, como, por exemplo, um erro lógico: ‘Obrigado por essa ideia interessante. O que eu estava de fato tentando perguntar era…’ Evitem a palavra ‘Não’ e nunca façam uso de sarcasmo.
- Expliquem que vocês preferem que os alunos tentem dar uma resposta em vez de não ousarem falar. Estejam atentos aos alunos silenciosos, que podem não estar assimilando o que vocês estão dizendo.
- Não escondam os seus erros e sua falta de informação, e estimulem seus alunos a fazer o mesmo. Por exemplo: se vocês não se lembram mais se ‘habit’ e ‘rabbit’ se escrevem com um ou dois b´s, peça a uma criança para procurar essas palavras no dicionário, acrescentando que ‘A ortografia do inglês é muito complicada’.
- Estimulem os alunos a formular perguntas sobre o que vocês acabaram de ensinar. Depois elas fazem as perguntas a vocês.
- Sejam responsivos à criança com dislexia que quer responder suas perguntas.
‘Ajudem’ as crianças com dislexia a dar as respostas certas.
- Uma técnica que é usada por Rick Lavoie é informar antecipadamente às crianças que elas vão receber uma pergunta. Isso porque, ao contrário das outras crianças, as crianças com dislexia precisam processar a pergunta antes de elaborar e fornecer a resposta, o que leva mais tempo. Assim, você poderia dizer: ‘João, eu vou perguntar a você quais são os nomes dos continentes, mas antes, James, eu quero que você me dê os nomes de cinco capitais da Europa… agora, João, é sua vez’. (Do filme de Rick – How difficult can this be?)
- Deem sempre mais tempo a crianças com dislexia, sem constrangê-las. Algumas crianças podem precisar do dobro do tempo para responder.
- Se vocês notaram que uma criança com dislexia encontrou a resposta certa, não deixem de fazer a ela aquela pergunta para que ela responda diante da classe.
- Quando vocês passarem uma tarefa individual, verifiquem se as crianças com dislexia estão fazendo o que foi pedido e sinalize para elas discretamente que estão na direção errada, se for esse o caso.
Evitem deixar que as crianças com dislexia fracassem diante de todos.
- Nunca peçam a uma criança com dislexia que leia em voz alta diante de toda a classe, a não ser que ela mesma peça.
- Nunca peçam a uma criança com dislexia que escreva no quadro.
- Nunca peçam a uma criança com dislexia que soletre uma palavra em voz alta, a não ser que ela mesma peça.
Reforcem a autoestima na sala de aula.
- As crianças com dislexia não devem ser estimuladas a competir com as outras, mas a aprender como elevar seus próprios padrões de desempenho. ‘Eu me saí melhor esta semana do que na semana passada?’
- Demonstrem os avanços através de gráficos.
- Usem reforço positivo. Conscientizem-se de que elas farão um trabalho muito melhor se forem estimuladas e se o bom trabalho for notado e mencionado.
- Evitem ironizar e chamar atenção para as necessidades delas diante de todos.
- Peçam a todas as crianças, trabalhando em duplas, que façam uma lista das coisas em que elas se sobressaem.
- Conscientizem-se dos esforços que as crianças com dislexia têm de fazer para alcançar seus objetivos.
- Estimulem o sucesso definindo metas razoáveis: apresentem com clareza e exatidão o que vocês esperam delas, quanto tempo devem destinar à leitura silenciosa, quantas perguntas devem responder, quantas palavras ou parágrafos devem ler no tempo dado.
- Discretamente, passem tarefas mais curtas para as crianças com dislexia, lendo uma parte menor da página ou escrevendo menos palavras, de tal forma que sintam que podem fazer o que é esperado delas e que têm o mesmo valor que as outras.
- Observem os seus bons momentos e elogiem as crianças abertamente.
- Tenham consciência das frustrações delas.
Preservem a auto-estima ao dar notas
- Eliminem a caneta vermelha!
- Não descontem pontos por erros ortográficos, layout e composição, a menos que a prova seja especificamente sobre isso. Focalizem o conteúdo, não a forma.
- Quando vocês corrigirem, usem duas cores: uma para o conteúdo e outra para ortografia e apresentação.
- Quando vocês corrigirem exercícios de ortografia, peçam às crianças com dislexia para grafar apenas as palavras que acham que sabem. Depois calculem o número de palavras escritas corretamente grafadas em relação às tentativas de palavras escritas e não em relação ao número total de palavras que vocês apresentaram a toda a classe.
- Sempre que possível, sentem-se ao lado das crianças com dislexia quando estiverem corrigindo o trabalho delas. Tenham uma atitude positiva ao corrigirem. Destaquem as respostas corretas.
- Apontem as habilidades dominadas em vez de simplesmente ‘dar nota’ nos erros.
- Estimulem as crianças a pedir ajuda a seus colegas, seus pais, ou outros orientadores, quando elas ficam travadas.
- Lembrem-se de que as crianças com dislexia têm de fazer um esforço maior e precisam de mais tempo do que as outras crianças para realizarem a mesma quantidade de tarefas de casa. Reduzam a quantidade de tarefas delas. Por exemplo: peçam que elas resolvam as questões alternadamente (uma sim, outra não). Ou então peçam que elas usem o relógio, permitindo que passem um traço embaixo do ‘dever de casa’ após 15 minutos de concentração. Isso envolverá o apoio dos orientadores de ‘casa’.
- Quando chegar o momento da avaliação final, expliquem sempre que o valor delas como pessoas não está ligado aos seus resultados ou desempenho em uma tarefa específica.
Peçam às crianças ou a seus pais que anotem o tempo gasto em cada tarefa do seu caderno de dever de casa, de forma que a administração do tempo em casa possa ser melhorada, e limites ‘razoáveis’ possam ser estabelecidos.