6. Adaptando seu ensino às necessidades da criança
“Se uma criança não consegue aprender da maneira como ensinamos, talvez devêssemos ensinar da maneira como ela aprende”. (Ignacio Estrada).
Todas as crianças são diferentes e cada criança apresentará necessidades específicas de aprendizagem. Cabe ao papel do educador descobri-las.
Vimos como nossos olhos, ouvidos, toque, cheiro e gosto são canais para a aprendizagem. Algumas crianças podem depender enormemente de um desses canais.
Por exemplo, o disléxico “visual” codifica, trata e relembra imagens, cores e formato:
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Em contraste, o disléxico “auditivo” se lembra melhor se ele ou ela escuta o que é para ser aprendido.
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Os estilos de aprendizagem estão ligados a muitos fatores que influenciam a aprendizagem. Um fator importante é a cognição, isto é, a maneira como uma pessoa pensa em relação à maneira que ela aprende e processa a informação. De modo geral, há dois estilos contrastantes: o visual e o auditivo.
Os aprendizes visuais usualmente tendem a pensar globalmente: geralmente favorecem a modalidade visual e tendem a ver a informação por completo antes de ver os detalhes. Quando leem uma história, serão auxiliados se forem dadas informações sobre o assunto antes de começar a leitura. Estas crianças serão também auxiliadas com cartões de mapas mentais, os quais dão informações de uma forma global, ao invés de uma forma linear de apresentação.
“Aprendizes auditivos”, ao contrário, tendem a pensar mais “analiticamente”: preferem trabalhar com quantidades menores de informações estruturadas e possuem facilidade para absorver detalhes. Por isso, a sua aprendizagem será facilitada se a informação for apresentada numa hierarquia de títulos e subtítulos.
Gavin Reid esclarece que um atraso pode resultar de uma disparidade entre o estilo de ensino e o fracasso no estilo de aprendizagem. Se a tarefa for apresentada num formato que corresponda ao estilo de aprendizagem do aluno, ele ou ela será capaz de lidar com qualquer desafio.
Todo esforço deve ser feito para organizar a aula e as lições de tal modo que o ensino possa ser modificado para incluir vários estilos. Além disso, os professores devem estar cientes de quais são os estilos de aprendizagem de seus alunos.
Para tal fim, observações e discussões com as crianças enquanto executam suas tarefas são úteis.
É importante que as crianças com dislexia estejam cientes de seus estilos de aprendizagem, porque este é o primeiro passo, e o mais importante, no caminho para conseguirem um grau de autonomia e eficiência em sua aprendizagem.
Para ajudar as crianças a encontrar seu estilo de aprendizagem, você pode pensar em usar um exercício para memorização multissensorial, como o sugerido por Tony Buzan e Christine Carter (veja acima). Isto permite às crianças identificarem qual sentido, ou sentidos, as ajudam melhor ao relembrar e visualizar.
Para saber mais sobre isto, sugerimos que você leia os livros de Gavin Reid, que podem ser acessados neste web site.
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©Dr. Vincent Goetry e Dyslexia International (Versão Original)
©Dra. Ângela Maria Vieira Pinheiro (Coordenação da tradução e adaptação da VB)